Ovo, herói ou vilão?

O ovo é o alimento que possui as proteínas de melhor qualidade na alimentação humana, com um balanço de aminoácidos quase perfeito para as nossas necessidades. Apresenta, ainda, uma grande exuberância em micronutrimentos com destaque para as vitaminas A, D, K, B2, B12 e folato, e também para o selénio, zinco e iodo.  É, portanto, um alimento fundamental numa dieta equilibrada e variada.

Ora vamos lá entender a composição de um ovo, sob o ponto de vista nutricional. Um ovo inteiro contém, cerca,  7 gramas de proteína de alto valor biológico que é utilizada quase a 100% pelo organismo. A maior parte de vocês, já ouviu falar bastante dos beneficiários da proteína, mas vale relembrar que ela essencial no auxilio à recuperação das fibras musculares que são naturalmente danificadas durante a prática do exercício.

Além disso, as vitaminas A, D, K e do complexo B também têm funções importantes como: são responsáveis pela reprodução celular e resposta imunológica, a sua ação antioxidante, a produção de energia ou a absorção de cálcio e fósforo.

No entanto, a discussão prende-se, sempre, pelo facto de o ovo ser ou não rico em colesterol, e por isso é muitas vezes encarado como vilão.  Vejamos, o ovo tem muito colesterol (215 mg, todo na gema) – se considerarmos as recomendações que apontam para uma ingestão diária inferior a 300mg. Outro facto é que o colesterol ingerido é apenas uma parte da equação que leva ao aumento do colesterol sanguíneo, sendo que outros factores são mais relevantes, como a ingestão de gorduras saturadas e gorduras trans. Assim, fará mais sentido, numa perspectiva de controlo dos níveis de colesterol, limitar o consumo de alimentos altamente ricos em gorduras saturadas (enchidos, manteiga, queijos gordos e carnes “vermelhas”) e em gorduras trans (folhados e outros produtos pastelaria, biscoitos, batatas fritas de pacote e outros snacks) do que estar propriamente preocupado com o ovo.

Embora comer muitos ovos possa aumentar o colesterol, não está comprovado cientificamente que ingerir até quatro gemas de ovo por semana aumente o risco de doença cardiovascular.

Em suma, acho que é essencial mantermos um consumo consciente deste alimento que é tão querido por todos os portugueses. Aconselho que limite o consumo da gema para 4 por semana, no entanto com a clara não terá de se preocupar 😉

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