Muitas vezes, durante as minhas consultas, ouço os meus pacientes queixarem-se de que em algum momento do dia sentem alguma fome.
A pergunta que lhes faço sempre é: será fome ou vontade de comer? As duas são completamente distintas.
A fome é um sentido diretamente relacionado com as necessidades biológicas do organismo. Quando as reservas de nutrientes e energia estão escassas há uma sequência de efeitos no corpo com o intuito de mandar o “sinal” de que é preciso repor os nutrientes, ou seja, de comer. No entanto, pode surgir um apetite voraz pouco tempo após uma refeição, isto significa que esta não foi suficiente em quantidade ou não foi equilibrada. Com efeito, os hidrato de carbono complexos (presentes em alimentos como pão, arroz, massas, batatas e leguminosas) e as proteínas (presentes na carne, peixe, ovos e lacticínios) ajudam a atrasar o reaparecimento do apetite.
A vontade de comer, sem verdadeira necessidade fisiológica, pode aparecer quando estamos tristes, inativos ou simplesmente cansados. É uma manifestação inconsciente do cérebro à procura de conforto. De fato, assim que começamos a mastigar um alimento, vários receptores situados na boca e no tubo digestivo registram as suas propriedades: sabor, textura, aroma, etc. Estas informações são transmitidas ao cérebro e, se forem agradáveis, provocam a libertação de neurotransmissores, como dopamina e serotonina, responsáveis pela sensação de bem-estar.
Para combater a vontade de comer, que muitas vezes nada mais é do que a procura inconsciente de bem-estar, tente encontrar outras fontes de prazer. A prática de atividades físicas é uma boa opção, já que também estimula a produção de substâncias que proporcionam bem-estar físico e emocional.