Começo por vos dizer que esta é a minha opinião, enquanto nutricionista, acerca de um assunto que tem gerado tanta polémica. A minha opinião baseia-se na bibliografia científica que li, e não no meu gosto pessoal por este alimento.
Afinal de contas, o leite é um bom alimento? SIM, É!
O leite é um alimento muito interessante sob o ponto de vista nutricional pelo seu elevado teor em minerais, como o cálcio, magnésio, potássio e fósforo, bem como de vitaminas, como a vitamina D, A e K. É, ainda, rico em proteínas de alto valor biológico, lactose, água, entre outros.
Muitos estarão a pensar que existem outros alimentos ricos nestas vitaminas e minerais. É claro que sim. Mas, por exemplo, relativamente ao cálcio, os produtos hortícolas são igualmente ricos neste mineral, mas não estão tão biodisponíveis como no leite.
Mas, então, porque devo cortar o leite da minha alimentação mesmo que me dê tanto gosto bebê-lo? Penso que atualmente o principal alvo dos ataques do leite é a presença de lactose. Mas, sabia que até o leite materno tem lactose? E ainda bem, uma vez que a sua presença promove a absorção de cálcio e de fósforo no intestino. A lactose é o açúcar do leite e precisa de uma enzima intestinal, a lactase, para se dividir nas suas moléculas mais simples: a galactose e a glicose. Para ser capaz de beber leite, digeri-lo e sentir-se bem com o seu consumo, o ideal é que produza esta enzima, caso contrário dependendo do grau de intolerância pode experimentar alguns sintomas como indisposição, inchaço, flatulência ou diarreia. De qualquer das maneiras já existem no mercado várias opções sem lactose. É o caso de experimentar e perceber com o que se sente mais confortável.
Em suma, o leite tem um conjunto de nutrientes que são difíceis de obter numa dieta que exclua completamente os produtos lácteos. De acordo com a literatura científica, os benefícios do seu consumo parecem ser maiores do que os prejuízos associados à sua restrição.